História
Na introdução, Thompson argumenta que com o advento do Capitalismo houve uma acentuada cisão cultural entre classes. O "folclore" entra em cena como a cultura tida como inferior da classe plebeia na visão de mundo da classe patrícia. Assim, frente a esse quadro preconceituoso, Thompson propõem a ideia de "costume" como práticas vivas adotadas pelos camponeses frente à realidade que encontraram com o advento do Capitalismo no século XVIII.
O costume é apresentado como práticas antigas e constantemente repensadas pois fazem parte da realidade, são os costumes a arena na qual os camponeses agem no cotidiano. Como os costumes estavam formados dentre aqueles camponeses numa realidade pré-capitalista, tais costumes se chocaram com os novos valores do trabalho disciplinado do ambiente fabril ao qual muitos daqueles camponeses que migraram do campo para a cidade em busca de emprego encontraram. Essas diferentes mentalidades, rural e urbana, levaram a um conflito pensável em nível de classessão utópicos.A "multidão" assumia em geral um vínculo como o paternalismo estando, assim, em comum acordo com a nobreza contra as novas práticas da burguesia de lucrar sobre o trigo. Os comerciantes, tidos como os atravessadores, exportadores de trigo e intermediário quebravam a ética camponesa de acesso garantido ao trigo de qualidade. Assim, as feiras (local onde os consumidores tinham acesso ao trigo direto do produtor e, portanto, mais barato) entram em crise e ocorre uma ascenção dos moleiros que adulteravam o trigo e praticavam o que Thompson chama de banalité do século XVIII.Ocorre então a ação popular na