História da Tradução
Assim como em muitas outras formas de arte, a tradução tem uma origem quase mitológica e sua história tem é iniciada em 196 a.C. com o advento da Pedra de Roseta, à pedidos do rei Ptlomeu V, da Grécia. Trata-se de bloco de pedra aonde o mesmo texto foi escrito em três línguas diferentes, hieroglífico antigo, demótico e grego arcaico. Por se tratar do primeiro texto bilíngue entre o hieroglífico e outra língua este instrumento permitiu o entendimento moderno de documentos escritos a mais de 3000 anos. A Pedra de Roseta foi redescoberta em 1799 e permitiu que linguistas e arqueólogos desde aquela época pudessem ter compreensões sem precedentes da sociedade egípcia. É interessante notar que mesmo tratando-se da famosa Pedra de Roseta existem pequenas diferenças propositais entre cada um dos textos e nem sempre a tradução literal foi a escolha adotada.
Utilizando a Pedra de Roseta como um símbolo, é possível afirmar que o berço da tradução em nossa cultura vem da Grécia antiga, a partir da distinção entre metaphrase (tradução literal) e paráfrase (tradução livre). Esta distinção foi adotada posteriormente pelo poeta e tradutor renascentista John Dryden, quando o mesmo definiu “tradução” como o ato de julgar a escolha de um termo a partir destas duas definições (Christopher Kasparek, "The Translator's Endless Toil", The Polish Review, vol. XXVIII, no. 2, 1983, p. 83)
Apesar de indiscutível a importância da Pedra de Roseta para uma história da tradução, o início formal desta atividade é reconhecido como pertencente a Cícero, quem um século antes de Cristo, foi o primeiro a se manifestar acerca da necessidade de se pensar a tradução, defendendo a tradução livre, ou metafrase (Christopher Kasparek, "The Translator's Endless Toil", The Polish Review, vol. XXVIII, no. 2, 1983, p. 83). O próximo momento relevante para a história que estamos analisando veio com a tradução feita da Septuaginta, do grego para o latim, por São Jerônimo. Esta