História da região - monica pimenta velloso

F I C H A M E N T O

VELLOSO, Mônica Pimenta. AS TIAS BAIANAS TOMAM CONTA DO PEDAÇO - Espaço e identidade cultural no Rio de Janeiro* p. 1 – 22.

Podemos constituir a identidade cultural através da idéia de espaço que fundamenta uma das bases do projeto nacional, afirmando que diferente de diversos países, nós somos constituídos de espaço, porém essa concepção era apenas uma maneira de eliminar a realidade histórica da nação. A relação entre espaço e identidade cultural não se trata somente de uma elaboração ideológica da ordem dominante, sendo também referência básica aos grupos marginalizados. Entendemos quando esses grupos brigavam por espaço, não se tratava apenas de uma briga pelo espaço físico, mas, sobretudo para terem reconhecida a sua própria existência. “A territorialização aponta para a especificidade, revelando como o homem entra em ação com o meio imprimindo nele as suas marcas. Assim, a idéia de território está estreitamente ligada à questão da identidade.” (p.1) Ao marcar seu espaço, o grupo está estabelecendo a sua singularidade mediante aos outros grupos.
No início do século XIX o Rio de Janeiro manifesta a questão da territorialidade de forma marcante, onde a cidade passa por modificações decisivas em sua estrutura urbana, através da reforma de Pereira Passos podemos notar uma série de medidas que estabeleceu a sintonia da cidade com a modernidade. Porém essa sintonia foi escassa e artificial, pois uma cidade de base escravista sofria uma influência marcante da cultura africana. “Em meados do século XIX, a população escrava chega a representar mais da metade da população da corte.” (p.1) Tendo como um dos objetivos de Pereira Passos tornar o Rio uma “Europa Possível”, a africanização é vista como inimiga dessa possibilidade. Sendo uma realidade impossível a junção da cidadania e escravidão, a “Pequena África” não tem lugar na idealizada cidade do prefeito Pereira Passos, enquanto capital da República, o Rio de Janeiro atua como pólo de