A Lavagem de Santana como prática cultural: uma discussão teórica do objeto.
Rennan Pinto de Oliveira1
Universidade Estadual de Feira de Santana-UEFS
Um debate historiográfico sobre a História Cultural e a Festa enquanto campo de estudo.
Ao definir a Lavagem como prática cultural, a colocamos numa perspectiva historiográfica voltada para o estudo da cultura, a qual tem se preocupado com temas voltados para esse aspecto e em novos campos de estudos, permitido pela chamada História Cultural ou História Social da Cultura como discute Silva Lara em seu artigo2.
A “Nova” História Cultural trouxe para a historiografia novos campos de estudos que geraram transformações nas concepções sobre história. As mudanças de concepções transformaram a forma de ver e estudar a história, substituindo antigos paradigmas, como a história das mentalidades, por novos, permitindo aos historiadores o debruçamento num variado campo de estudo, entre eles, a Festa como um espaço de dinamicidade e movimento, composto por diferentes variáveis, apresentando diversos significados e sentidos. Segundo Abreu, a Festa pode ser “um atraente caminho para se conhecer uma coletividade, suas identidades, valores e tensões, através das atitudes, dos comportamentos, dos gestos e do imaginário presentes em suas celebrações.” (1999, p.38).
Sendo a Festa espaço de socializações, ela pode revelar como afirma Vovelle (1991, p.247), “um maravilhoso campo de observação, momento de verdade em que um grupo ou uma coletividade projeta simbolicamente suas representações de mundo, e até filtra metaforicamente todas as suas tensões”.
As representações são matrizes geradoras de condutas e práticas sociais, dotadas de força integradora e coesiva, bem como explicativa do real. Pesavento afirma que indivíduos e grupos dão sentido ao mundo por meio das representações que constroem sobre a realidade. A partir desse conceito, a História Cultural tem, conforme Pesavento (2005, p.42) “a possibilidade de decifrar a