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Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco
Apresentação:
A transição democrática brasileira, ocorrida nas décadas de 70 e 80 trouxe em seu bojo a redefinição das relações entre Estado e Sociedade. Nesse contexto, foi desencadeado um processo de redemocratização política que culminou na criação e legitimação de novos mecanismos para a consolidação de políticas efetivamente voltadas para as demandas da sociedade. No setor saúde, aconteceu um forte movimento social pela universalização do acesso e pelo reconhecimento da saúde como direito universal e dever do Estado, culminando na regulamentação constitucional do SUS – Sistema Único de Saúde. O SUS passou a representar um corte no sistema de saúde tradicional, marcado por uma estrutura verticalizada e centralizada e indicou novas direções na construção de um novo modelo de organização e atendimento dos serviços públicos de saúde. O novo significado da Saúde ampliou a intervenção para além das causas biológicas do adoecimento, reconhecendo a determinação social da doença e passando a exigir novas práticas e novas maneiras de enfrentar os problemas de saúde.
Porém, apesar dos avanços decorrentes do movimento de Reforma Sanitária Brasileira, os reflexos do processo de privatização e mercantilização das Políticas Sociais acabam se reproduzindo no cotidiano das ações de saúde e tem impedido a produção coletiva dos saberes, tornando o processo de trabalho solitário e fragmentado. A fragmentação dos saberes em campos profissionais promove a divisão social do trabalho e a dificuldade do trabalhador de saúde em compreender o seu papel como protagonista na relação entre os serviços, seu processo de trabalho e as necessidades de saúde da população. O que vemos é que este modo de operar o cotidiano tem produzido sofrimento e baixa na qualidade de vida de usuários e profissionais de saúde, além de dificultar os processos de