Ética a Nicômaco
De maneira semelhante ocorre com o apetite, mal o raciocínio e a percepção lhe dizem que determinado objeto é agradável corre a desfrutá-lo. Dessa forma, Aristóteles nos mostra que a cólera obdece o raciocínio até certo ponto e o apetite não.
Segundo Aristóteles, perdoamos mais facilmente às pessoas que agem sob o efeito da cólera e da irritabilidade, porque esses são desejos naturais. Enquanto os apetites pelos excessos não são.
Como exemplo dos desejos naturais, o autor fala do homem que e defendeu da acusação de haver batido no seu próprio pai dizendo: “sim, mas ele batia no seu, e seu pai, por sua vez batia no seu e este menino (apontando para seu filho) baterá em mim quando for homem, isso é de família.
De acordo com Aristóteles, um homem colérico não se inclina a conspirar, nem o faz a própria cólera que é aberta e franca. Nos versos de Homero que fala sobre o cinto bordado de Afrodite: E ali estão os sussurros de amor, tão sutis que roubam a razão aos mais sábios espíritos. O seu apetite por Afrodite venda a sua razão, ele age pela emoção. Fica claro nesses versos a natureza do apetite. Essa forma de incontinência , portanto, é mais criminosa e vergonhosa que a da cólera.
Uma vez que, quem comete desregramento age com prazer, um homem colérico não o faz, pois, segundo Aristóteles, a cólera é acompanhada de dor. Visto isso, mais criminosa é a incontinência que se deve ao apetite.
O filósofo ainda deixa claro que, a incontinência relacionada com o apetite é mais censurável do que aquela que se