Ética a Nicomaco
(Aristóteles)
Para Aristóteles a ética é o comportamento prático moral. Assim, o que faz Aristóteles ao referir-se continuamente a exemplos da vida prática, é ética, ou dito de outro de modo, ciência da moral, visto que reflete sobre o comportamento moral visando, não estabelecer normas, mas indicar o caminho da escolha correta, em relação ao bem supremo.
Por este motivo, logo em seguida inicia a reflexão sobre o areté, termo grego traduzido por “virtude” ou “excelência moral”, e que, segundo ele, se diferencia em duas espécies: a excelência intelectual (Sophia), das quais são exemplos a sabedoria, a inteligência, o discernimento; e a excelência moral (phrônesis), das quais são exemplos a liberdade e a moderação. Na Ética a Nicômaco, Aristóteles se ocupa primordialmente, como é óbvio, da excelência moral, acentuando cada vez mais o papel central da phrônesis, traduzido como “discernimento” (e em algumas outras traduções como “prudência”).
Na Ética a Nicômaco, Aristóteles enumera três condições para que um ato seja virtuoso, a saber: primeiro, o homem deve ter consciência da justiça de seu ato; segundo, a vontade deve agir motivada pela própria ação; terceiro, deve-se agir com inabalável certeza da justeza do ato. As virtudes são disposições ou hábitos adquiridos ao longo da vida e se fundamentam na ideia de que o homem deve sempre realizar o melhor de si.
Emoção é considerado um dos principais tópicos da obra de Aristóteles. “Por emoção quero significar os desejos, a cólera, o medo, a temeridade, a inveja, a alegria, a amizade, a saudade, a emulação, a piedade, e de um modo geral os sentimentos acompanhados de prazer ou sofrimento”.