Ensaio Bibliográfico sobre um dos Módulos do Curso: “VI – Culturas e Identidades Nacionais”
“VI – Culturas e Identidades Nacionais”
Disciplina “História do Brasil V” – Professor Sérgio Campos Gonçalves
O Modernismo e a Questão Nacional: O Brasil Republicano I – Mônica Pimenta
Velloso;
A Proclamação da República é um episódio da modernização à brasileira. Nas décadas finais do Império, o vocábulo república expandiu seu campo semântico incorporando as idéias de liberdade, progresso, ciência, democracia, termos que apontavam todos, para um futuro desejado. Para essa renovação da linguagem foi de especial valia a ação da propaganda – em lato senso
– que estabeleceu uma relação dicotômica entre república e monarquia, montando com os dois termos um par antônimo assimétrico, recurso de grande força persuasiva, como elucida
R. Koselleck. Trata-se de um instrumento de argumentação, como esclarece o historiador alemão, que coloca em confrontação dois conceitos, sendo que um deles apresenta o outro de forma que este não se reconhece. Esse expediente retórico compôs não só a oratória da propaganda estrito senso, como freqüentou panfletos e opúsculos, se fez a espinha dorsal de obras teóricas, esteve estampado em artigos de jornais e ganhou, por vezes, a literatura.
Em consonância com marcadas alterações sócio-econômicas, novas idéias penetraram intensamente a sociedade brasileira letrada – e talvez não só nela – a partir da década de 1870.
A mais profunda mudança por elas produzida foi a de dar um conteúdo histórico à já difundida e assimilada noção de progresso, noção que, agora, extravasava o campo dos avanços materiais que, entretanto, tanto maravilhavam os contemporâneos, orgulhosos do seu tempo. Valendo-nos de códigos visuais da época, alcançar o progresso exigia o embarque no trem da evolução rumo à estação "civilização". Um lugar pré-figurado de paisagem definida.
Dito em outra escala: uma teleologia que dava direção e sentido ao tempo linear ascendente.
A novidade de uma