HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
COLONIZAÇÃO PORTUGUESA
Quando os colonizadores ocuparam essas terras, já habitadas pelos povos nativos, vieram com eles os padres da Companhia de Jesus e os padres das ordens religiosas: dominicanos, beneditinos, agostinianos, franciscanos, carmelitanos e capuchinhos, com os seguintes objetivos: evangelizar os nativos, catequizar, propagar a fé cristã, difundir valores, dogmas e princípios cristãos, introduzir o princípio do trabalho como instrumento de dignificação do homem e contribuir com a Coroa Portuguesa no processo de colonização e de exploração das terras. Os padres da Companhia de Jesus, no litoral brasileiro, criaram dezessete colégios, seminários e internatos e ofereceram quatro cursos: elementar, Humanidades, Retórica e Filosofia destinada à educação das elites, os filhos de portugueses nascidos aqui, os filhos dos fazendeiros e os filhos dos senhores de engenho. A educação ensinada formava novos padres para continuarem os trabalhos missionários ou servia para preparar administradores locais. Eles aprendiam nos cursos de latim, de gramática portuguesa, de retórica e de Filosofia.
No ensino das primeiras letras, os jesuítas mostraram grande capacidade de adaptação. Penetravam com igual facilidade na casa-grande dos senhores de engenho, na senzala dos escravos e nas aldeias indígenas. Os jesuítas responsabilizaram-se pela educação dos filhos dos senhores-de-engenho, dos colonos, dos índios e dos escravos. A todos procuravam transformar em filhos da Companhia de Jesus e da Igreja, exercendo grande influência em todas as camadas da população. Introduziram na colônia, uma concepção de educação voltada para a manutenção das estruturas hierárquicas e de privilégios para alguns, acompanhada da disseminação de formas de exploração e de comportamentos a serem assumidos por aqueles que realizavam tarefas