História da educação brasileira
Disponível em:
Diamantino Fernandes Trindade
Professor de História da Ciência do CEFET-SP
Doutorando em Educação pela PUC-SP
Membro do GEPI – PUC-SP
Lais dos Santos Pinto Trindade
Professora de Metodologia do Ensino de Ciências e Psicologia da Aprendizagem do ISE de Boituva
Doutoranda em História da Ciência pela PUC-SP
O objetivo deste artigo é mostrar o processo histórico do ensino no Brasil e seus problemas desde o processo de colonização, que visava o enriquecimento da Metrópole, passando pelas reformas educacionais, sempre de caráter político que atendiam às necessidades das elites, até os dias de hoje com a LDB 9.394/96 que pretende, pelo menos em sua essência, ser mais democrática.
O ENSINO NO BRASIL COLONIAL
É bastante difícil compreender os problemas educacionais do Brasil de hoje desconhecendo-se o contexto no qual foi tecido o sistema escolar desde sua implantação, que remonta ao período da colonização.
Estruturada para atender as necessidades de enriquecimento da Metrópole a economia na colônia, até o século XVII, assentou-se inicialmente no extrativismo do pau-brasil e depois, em função de garantir a posse da nova terra, no plantio da cana-de-açúcar. Modificou-se o enfoque da colonização pela ocupação, para o do povoamento e cultivo da terra. Com isso, aportaram no Brasil membros da pequena nobreza portuguesa que se dispuseram a levar avante tal empresa. Daí, a necessidade da criação de escolas. Para tanto, como já ocorria em Portugal, o ensino ficou a cargo dos jesuítas, o que desobrigou a Coroa de custeá-lo (Pinto, 2002).
Quando aqui chegaram (1549), fundaram em São Vicente um seminário que se tornou o modelo para ensino médio por mais de duzentos anos. Embora tivesse como pressuposto a formação de sacerdotes, se apresentava como a única opção para a formação da elite local, preparando-a para o ingresso nas universidades européias. Observa-se, então, que o ensino médio, desde sua