História da Africa
A ÁFRICA NO IMAGINÁRIO EUROPEU
Maurício Waldman e Carlos Serrano. Memória DÁfrica: a Temática Africana em Sala de Aula, 320 págs., Ed. Cortez.
A África mais do que outro continente, terminou encoberta por um véu de preconceitos que ainda hoje marcam a percepção da sua realidade (pág. 1).
O imaginário europeu devotou para as terras africanas e para seus habitantes um amplo leque de injunções desqualificantes, muitas vezes respaldadas pelos expoentes da chamada “grande intelectualidade europeia”.
O pensamento europeu, numa perspectiva que buscou apoio em estacas culturais e espaciais, discerniu a existência de um eixo leste-oeste polaridade que subentende uma sucessão e rivalidade entre civilizações, basicamente materializado no conflito entre Ocidente e Oriente. (pág. 1).
Na sequencia dessa explanação, em face de a civilização deter óbvia imazia diante de tudo o que seria considerado não-civilizado, restaria ao polo da incivilidade, isto é, ao sul, nada mais do que se submeter ou se anular diante do norte. Esse raciocínio foi subjacente a diversas manifestações intelectuais do mundo ocidental. Por exemplo, expressões incontestáveis do iluminismo, táis como Voltaire (França), Hume (Escócia), Kant (Alemanha), e Jeferson (EUA). (pág. 2)
O rebaixamento da África relaciona-se intimamente ás demandas objetivas da sociedade capitalista ocidental, que continuamente reapresenta para o continente a condição de periferia do sistema de produção de mercadorias. (pág. 28).
AS SINGULARIDADES CONTINENTAIS DA ÁFRICA
A superfície da África soma 30.249.096 Km². No nosso mundo esse total corresponde a quase 25% das terras emersas. Trata-se do terceiro continente em extenção, superado apenas pela Ásia e Ámerica. De um ponto de vista eminentemente territorial, a África constitue a mais maciça parte do globo terrestre. (pág. 38)