historias intimas
Nos séculos XVII e XVIII, as mulheres eram vistas como um ser venenoso e traiçoeiro, uma das formas do mal e do pecado na sociedade. Afinal, Eva não cometera o pecado original ao comer o fruto proibido? Por causa dos mistérios de sua fisiologia, como fluxo menstrual, odores e outras secreções, seu corpo era considerado uma aberração da natureza, um ser impuro.
O adultério foi uma prática comum no século XIX cujo exemplo era dado por diversos personagens nobres, como o insaciável D. Pedro I, que não poupava “mucamas, estrangeiras, criadas ou damas da corte” e que, em suas cartas ardentes à amante, Marquesa de Santos, assinava “seu fogo foguinho” ou o “Demonão”. Porém, o adultério, em tese, restringia-se aos homens porque as mulheres submissas esperavam a volta dos maridos em casa, o que não as impedia, em conluio com as amigas alcoviteiras, de cometerem também adultério.
Os homens só tinham relações sexuais com a mulher legítima para ter descendentes, e o prazer era buscado com a “outra”, em geral negras ou índias. Essa poligamia tropical chegou ao auge no século XIX, que a autora qualifica de “século hipócrita”. Nesse século da hipocrisia surgiram as casas de prostituição, uma novidade importada da Europa, onde as cocottes francesas, que não eram obrigatoriamente francesas, entretinham uma clientela rica. Já as polonesas vindas do Leste europeu abasteciam os prostíbulos pobres das capitais importantes. Os seios que os médicos chamavam de “aparelhos de lactação” ainda não eram objeto de atração sexual. O fetiche mais