historia
As Ciências Humanas, de maneira geral, e a História, em particular, têm sofrido crescentes desprestígio junto a governos e instituições, e mesmo junto à sociedade, que valoriza apenas o sucesso, a produtividade e a técnica. Este fenômeno se manifesta de várias formas, seja através da diminuição do tempo consagrado às ciências humanas nas escolas (e, em contrapartida, aumentando o horário das chamadas ciências exatas), seja através da redução de verbas e bolsas de pesquisas, ao nível governamental, ou mesmo pelo cerceamento e censura do trabalho de historiadores, historiógrafos ou professores.
Não é por acaso que, nos anos 30, na União Soviética, os manuais de história foram retirados dos estabelecimentos de ensino e os exames desta disciplina acabaram suspensos. Na verdade, sem ter consciência crítica de sua história, nenhuma sociedade pode realizar mudanças radicais.
A História como ciência e a manipulação das informações que ela nos pode trazer não são apenas instrumentos de poder (aliás, herdamos dos positivistas uma concepção errônea de que a CIÊNCIA estaria acima das ideologias. Na verdade, nenhuma ciência é isenta de ação e julgamento. Ela sempre estará a serviço de uma determinada camada ou fração social, por mais “exata” que seja).
Portanto, a História como disciplina pode levar à estagnação e à pura e simples memorização acrítica de dados repetidos de forma autônoma, como a formação de indivíduos interessados em transformar (e melhorar) a realidade em que vivem. Já dizia Voltaire em seus ensaios: “A única maneira de impedir os homens de serem absurdos e maus é esclarecê-los”. nada melhor que conhecer os atos de seus semelhantes para poder julgar presente e futuro. Isso não significa que a história seja cíclica, repetindo-se infinitamente. Porém, algumas lições duradouras podem ser retiradas do comportamento da humanidade como um todo. Teria Hitler insistido em invadir a Rússia se tivesse lido com