Histeria
Sobre o Complexo de Castração na Teoria Freudiana e (a posteriori) a feminilidade em Freud: um elemento para repensar a elaboração da castração Introdução: Com ou sem pênis, a verdade é que somos todos castrados. Somos castrados porque a própria castração existe – Lacan diria, porque o Outro é castrado - e porque não existe completude em nenhum lugar; porque temos início numa cena da qual estamos ausentes, e sobre a qual nada decidimos, e porque sem o outro não teríamos sobrevivido. Mais do que tudo, somos castrados porque regidos pelo que desconhecemos – o inconsciente - e por não sermos dotados de um instinto que nos guie para o objeto eficaz, mas por uma pulsão que desliza e nos faz errar eternamente, de objeto em objeto. O texto a seguir pretende retomar brevemente o tema da castração na obra de Freud, percorrendo seus passos tanto na observação do fenômeno clínico quanto na construção do conceito teórico. Partindo daí, pretende também considerar a ampliação de alguns aspectos da elaboração da feminilidade, conforme descrita por Freud, e sua utilização como elemento para repensar a elaboração da castração em ambos os sexos. A trajetória da castração, como fenômeno e como conceito, através dos textos freudianos O termo “complexo de castração” surge na obra de Freud pela