Histeria
Na Idade Média, as neuroses desempenharam um papel significativo na história da civilização. Surgiam sob a forma de epidemias, em conseqüência de contágio psíquico, e estavam na origem do que era fatual na história da possessão e da feitiçaria. Com o passar dos anos, as histéricas, que em séculos anteriores tinham sido lançadas à fogueira ou exorcizadas, em épocas recentes e esclarecidas, estavam sujeitas à maldição do ridículo. Seu estado era tido como indigno de observação clínica, como se fosse simulação e exagero. Na Idade Média, a descoberta de áreas anestésicas e não-hemorrágicas era considerada prova de feitiçaria.
O termo histeria originou-se do grego hystéra que significa útero. Tem origem no termo médico grego hysterikos, que se referia a uma suposta condição médica peculiar a mulheres, causada por perturbações no útero. O termo histeria foi utilizado por Hipócrates, que pensava que a causa da histeria fosse um movimento irregular de sangue do útero para o cérebro. Essa antiga teoria sugeria que o útero vagava pelo corpo e a histeria era considerada uma moléstia especificamente feminina, atribuída a uma disfunção uterina. Uma abordagem adequada e uma melhor compreensão da doença tiveram início apenas com os trabalhos de Charcot e da escola do Salpêtrière, inspirada pelo próprio Charcot. Atualmente sabemos que os sintomas histéricos podem se manifestar em homens e mulheres, sendo mais comumente observados na adolescência.
A histeria foi a principal doença investigada por Freud e que acabou dando origem a Psicanálise. Segundo a Psicanálise, histeria é uma neurose complexa caracterizada pela instabilidade emocional. Os conflitos interiores manifestam-se em sintomas físicos, como por exemplo, paralisia, cegueira, surdez, entre outros. Pessoas histéricas frequentemente perdem o autocontrole devido a um pânico extremo. Foi intensamente estudada por Charcot (1825-1893), famoso neurologista francês, e por Freud (1856-1939). Charcot provou que idéias