Histeria na contemporaneidade
1.1 A Cirurgia plástica é uma forma de histeria na atualidade?
O presente trabalho tem por objetivo, refletir sobre o conflito psíquico em que se manifesta a histeria nos dias atuais. Inicialmente a histeria era um quadro psicopatológico caracterizado por paralisias, alucinações, afasias, convulsões, cegueiras, etc. No século XVIII, o discurso psiquiátrico dotado de uma concepção materialista e evolucionista, encontrava uma grande dificuldade epistemológica ao entender e tratar esse fenômeno. A causa dessa dificuldade se situa na própria natureza do sintoma histérico, que apesar de sua expressão somática, não pode ser explicado através de fatores biológicos.
Através dessa patologia o pai da psicanálise pôde abordar e explicar processos e conceitos fundamentais de sua teoria, tais como o inconsciente, o recalcamento e o sintoma.
2. Hipótese
Em suas inúmeras análises, Freud (1893) pôde constatar que o sintoma histérico se origina de um desejo inconsciente que é expresso pelo corpo, ou seja, é da ordem do psicossomático. Sendo assim, a neurose histérica é um mecanismo de defesa, que consiste em alienar o sujeito de um desejo que pela sua natureza é incompatível com a realidade ou os costumes da sociedade, e dessa forma evitar o conflito e a angústia gerados pela impossibilidade de satisfação. Porém, esse mecanismo é falho em si mesmo, pois o desejo no inconsciente se torna mais forte, e dessa forma retorna sob o véu do sintoma. A elaboração de um sintoma é justamente aquilo que marca o sujeito neurótico, pois se caracteriza como uma metáfora, na qual o próprio indivíduo desconhece a lógica de seu desejo.
As questões colocadas por Freud sobre a histeria confundem-se com as que ele coloca sobre a mulher. Seja porque histeria fosse mais frequente entre as mulheres, seja porque, como para todo homem a mulher era um enigma também para Freud. O fato é que podemos observar, até em suas últimas obras a pergunta “o que quer a mulher?”.
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