Histeria de conversão
Esse termo é utilizado para designar a forma sintomática da neurose em que o conflito psíquico se simboliza em sintomas corporais diversos, sejam eles de maior intensidade, como uma crise emocional com teatralidade, ou mais duradouros, como anestesias e paralisias histéricas. Segundo Laplanche (1992) esse termo está relacionado com uma concepção econômica, de forma que a histeria é composta por uma energia libidinal que se transforma, se converte, em inervação somática; ou, nas palavras de Freud (1905), trata-se da “transposição de uma excitação puramente psíquica para o corporal”.
Conforme o que Kaufmann (1996) traz, a origem dessa conversão no histérico está nas reminiscências inconscientes que este sofre, que estão ligadas a um afeto isuportável. Esse afeto, provocado por um ou vários acontecimentos, persistiu inalterado por não ter encontrado sua solução por uma resposta adaptada, em razão de um recalcamento. Sendo assim, o que foi recalcado retorna na forma de um sintoma.
A partir do relato do caso de Dora (Freud, 1905) – uma jovem que, desde sua infância, tinha apresentado “problemas nervosos”, em particular, dificuldades respiratórias, e que, quando inicia o tratamento com Freud, apresentava sintomas de uma “pequena histeria”, tais como dispnéia, tosse nervosa, afonia, depressão e humor associal – e das análises realizadas por Freud, é possível identificar os principais elementos trazidos por ele para o entendimento da histeria, dentre eles, o sintoma. Segundo Freud, os sintomas serviriam para representar simultaneamente diversos cursos inconscientes de pensamentos, sendo pelo menos um desses significados relacionados com a representação – a realização – de uma fantasia de conteúdo sexual. Essa afirmação aparece no Caso Dora no momento em que Freud conclui que a tosse da jovem, que provocava uma sensação de coceira na garganta, representaria uma cena de satisfação sexual.
Pode acontecer de o sintoma se manter enquanto seus