Hipercorreção
Hipercorreção é um fenômeno lingüístico que ocorre entre falantes que têm certo grau de estudo, que estão em um processo de ascensão social, preocupados com o correto uso do idioma. Trata-se de um "excesso de correção", pois as pessoas, alertadas sobre um tipo de erro, ficam tão preocupadas em não errar que acabam corrigindo o que não é para corrigir. Por exemplo: na fala popular de algumas regiões do Brasil, as pessoas trocam o /l/ pelo /r/, dizendo "sordado", "marvada", em lugar de "soldado" e "malvada". Ao serem informadas de que esse tipo de pronúncia não está de acordo com a norma culta, e preocupadas com sua imagem, começam a corrigir outras palavras que supostamente apresentariam a mesma pronúncia, mas que, na verdade, são diferentes. Assim, falam, por exemplo, "melcado", "pelto", em vez de "mercado", "perto". Nesse caso, cometem um erro novo, levadas pela vontade de falar certo, de falar de acordo com as classes sociais mais escolarizadas. "A hipercorreção só vai aparecer quando o falante faz uma avaliação incorreta dos dados lingüísticos que chamaram sua atenção, corrigindo ali onde não há nada a corrigir", diz Cláudio Moreno.
http://www.klickeducacao.com.br/bcoresp/bcoresp_mostra/0,6674,POR-774-3546,00.html
Hipercorreção:
em 31 Dezembro 2012. Postado em Colunas - Nossa Lingua
A preocupação com a gramática pode levar alguém a errar justamente porque deseja acertar. A esse fenômeno chamamos "hipercorreção". Vejamos alguns exemplos:
Quando alguém diz "Fazem dez minutos que ela saiu", põe o verbo no plural para fazer a concordância com "dez minutos". A questão é que, nesse caso, "fazer" é impessoal, não tem sujeito, e fica, portanto, na 3ª pessoa do singular.
Situação parecida ocorre com o verbo "haver" em construções do tipo "Houveram alguns problemas". Quem usa o plural está tentando concordar "Houveram" com "alguns problemas". Mais uma vez, é traído pelo caso especial de concordância: o verbo "haver", no sentido