Planejamento de aula
Variação linguística no Brasil
Professora: Cibele Brandão
Texto: O ensino de português e a variação linguística em sala de aula In: MARTINS, M.A. et al. (orgs.) Ensino de português e sociolinguística. SP: Contexto, 2014, p.37-55.
As peculiaridades da fala brasileira são colocadas em três contínuos: o primeiro inclui as variedades regionais, que compreendem das áreas rurais até as urbanas, o segundo diz respeito as práticas sociais, principalmente na escola, e o terceiro se refere a atenção que o falante confere a fala. Os principais traços do português do Brasil se apresentam da seguinte forma: os falantes mostram a preferência pela formação silábica CV (consoante, vogal), a tendência à redução das silabas átonas. No meio rural, encontra se a transformação de proparoxítonas em paroxítonas. Perda da flexão de número pela desnasalização das vogais finais. Monotongação de ditongos decrescentes. Perda do segmento pós-vocálico na sílaba pela desnasalização. Apagamento de consoantes pós-vocálicos em final de palavra. Há, ainda, casos de hipercorreção no contínuo de urbanização. Fazendo se uma análise da variação linguística em contexto escolar observou-se que: há hipercorreção no meio urbano. A professora com origens rurais e alto grau de formação suprime faz supressão de alguns morfemas. Outra professora faz uma correção a perífrase verbal utilizada por seu aluno, mas comete um erro de regência. Em algumas alunas, de origem rural que vivem um meio urbano, observou-se grande produção de supressão de uma consoante palatal e nasalização da vogal anterior a esta, tratando-se de um traço regional. Numa região “rurbana” no Goiás, a falta de concordância verbal passou despercebida a professora. Em uma escola, localizada em meio rural, muitos aspectos observados na oralidade dos alunos eram transpostas para os textos escritos. Foi possível notar, neste estudo, que muitos professores não estão preparados para solucionar os problemas na fala e escrita