hibridismo cultural
Hibridismo Cultural- Peter Burke
Filme Cafundó, de Paulo Betti e Clóvis Bueno ( Brasil,2005)
Graziella Alves Ferreira – Diurno
Professora: Dora Costa
História do Brasil
O filme conta a história de João de Camargo, um ex-escravo, nascido no Brasil, em Sorocaba. João nasceu em 1858 e morreu em 1942, aos 84 anos. Ele fundou a Associação Espírita Bom Senhor do Bonfim da Água Vermelha e atraiu muitas pessoas locais e de outras regiões para seus cultos.
A história de João Camargo é narrada no filme sob direção de Paulo Betti e Clóvis Bueno seguindo cronologia simples, na qual pouco há de orgânico no encadeamento das ações e o desenvolvimento da trama é marcado por uma mecânica explicativa. Os diretores colocaram no filme uma série de acontecimentos que marcaram a vida de João Camargo, de sua trajetória até a fundação da igreja, com o desenvolvimento da fé e do carisma do líder religioso.
Dentre os fatos citados estão a lenda do menino Alfredinho, que caiu do cavalo e morreu. A mãe de João Camargo dizia que o espírito do menino era Ibeji que é o orixá criança, divindade ligada a todos os orixás e seres humanos. Há também o relato da influência da mãe de João Camargo na comunidade de ex-escravos como curandeira; o Pe. João Soares do Amaral, que o influenciou e inspirou sou obra de fé; suas curtas ocupações como cozinheiro, operário e açougueiro; a epidemia de febre amarela em Sorocaba, e seu breve casamento com Rosário, que manifestava a pomba-gira que, segundo a tradição candomblecista e umbandista, é um espírito de luxúria. Estão presentes no filme, também, os conflitos decorrentes do sincretismo, seja com a elite e sua ordem, seja a batalha ética contra os que comercializaram sua fé.
Nota-se forte presença do hibridismo cultural no filme, no qual está presente a memória residual, uma raiz histórica, que no caso é a religião trazida pelos escravos vindos da África. Temos as vivencias