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O HIBRIDISMO CULTURAL EM GUIMARÃES ROSA E MIA COUTO
Wilma Avelino de Carvalho (PG-UFPI)*
RESUMO:
Este trabalho propõe o estudo comparativo entre Guimarães Rosa e Mia Couto. O corpus é composto pelos contos “A terceira margem do rio”, do escritor brasileiro e “Nas águas do tempo”, do escritor moçambicano. Buscamos mostrar através do diálogo entre os escritores como o hibridismo cultural aparece nas respectivas narrativas. Demonstramos a relação existente entre o hibridismo cultural e o entre-lugar no plano discursivo. Realizamos um comparatismo solidário, o comparatismo que enfatiza a troca cultural, o diálogo entre as literaturas tal como definido por Benjamin Abdala Júnior. E fundamentamos o hibridismo de acordo com o conceito de Homi K. Bhabha. Para o referido teórico o hibridismo é um terceiro espaço no qual são produzidas novas significações. Em relação ao entre-lugar, termo cunhado por Silviano Santiago, usamos conceitos estabelecidos pelo referido autor. Ao fim do estudo concluímos que o imaginário ficcional dos autores estudados são similares e que a imbricação entre os discursos do entre-lugar e do hibridismo cultural nos contos evidenciam o diálogo entre as Literaturas brasileira e moçambicana.
PALAVRAS-CHAVE: Hibridismo cultural. Guimarães Rosa. Mia Couto.
En esta orilla del mundo lo que no es presa es baldío
Creo que he visto una luz al otro lado del río
Yo muy serio voy remando muy adentro sonrío
Creo que he visto una luz al otro lado del río
(Jorge Drexter)
No presente trabalho, utilizando a perspectiva comparativa, contemplo autores de países e tempo diferentes: Brasil e Mocambique. As literaturas destes países convergem para a aproximação devido ao fato de compartilharem um passado colonial e o mesmo colonizador, Portugal. Guimarães Rosa e Mia Couto coicidem na utilização de alguns elementos na contrução