Heráclito e Parmênides
Na tentativa de compreender e explicar a realidade, Heráclito e Parmênides, desenvolveram cada qual, uma teoria para explicar a origem de todas as coisas e como funciona o Universo, essas duas teorias, no entanto, eram totalmente antagônicas. Heráclito acreditava que a realidade está em constante transformação, tudo muda a todo instante, portanto, seria impossível formar um juízo definitivo sobre algum objeto, assim como para os céticos, que dizem ser impossível apreender a verdadeira essência da natureza. O fragmento de Heráclito que diz: “não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio, porque o rio não é mais o mesmo” exemplifica bem essa ideia de movimento, de fluir que existe em todas as coisas. Alguns intérpretes associam essa metáfora à questão do conhecimento indicando a impossibilidade de um acesso à essência dos objetos, já que tudo está em constante mudança. Parmênides ao contrário, defendia a ideia da imobilidade do Ser, todo o mundo fenomênico para ele era ilusório, acreditava que o único caminho para tentar conhecer a verdade era o uso da razão, desqualificando a experiência. Os dogmáticos também acreditavam que era possível conhecer a realidade do mundo com o uso da razão, mesmo sem comprovação, porém o problema consiste em se apegar a uma definição de verdade como sendo a única possível. Na busca pelo conhecimento devemos desenvolver o senso crítico, uma mente especulativa e criativa, devemos estar abertos a críticas e sugestões, preparados para rever conceitos, alterá-los ou até substituí-los se necessário, o que aparentemente não acontecia nem com Heráclito nem com Parmênides.
Referência: Danilo Macondes, Iniciação à filosofia, 2001