Hermeneutica
Professor Adjunto de Estudos do Novo Testamento
Seminário Teológico de Dallas wallace@bible.org Prefácio
Este curto artigo é uma tentativa preliminar na articulação do papel do Espírito Santo em relação à interpretação das Escrituras. Críticas e interações são bem-vindas. Deve-se lembrar, contudo, que estou dirigindo-me aos evangélicos. Aqueles com um padrão teológico diferente irão, tenho certeza, achar tantas críticas neste artigo, que eles não saberão por onde começar!
Introdução
A relação do Espírito Santo com a hermenêutica é uma questão polêmica entre os evangélicos hoje. A nível popular, sempre houve um grande mal-entendido sobre o papel do Espírito. Muitos cristãos acreditam que se eles simplesmente orarem, o Espírito Santo lhes dará a interpretação apropriada. Outros não estão tão preocupados com a interpretação do texto; eles se contentam em ter um significado idiossincrático do texto (“o que este versículo significa para mim...”). Tudo isto é a doutrina do ‘sacerdócio de todos os santos’ correndo à solta indiscriminadamente. Embora cada um de nós seja responsável diante de Deus pelo entendimento e aplicação da mensagem bíblica, isto de modo algum significa que uma mistura de ignorância compartilhada ou uma mera aproximação piedosa às Escrituras satisfaça o mandato divino.
Surpreendentemente, há também uma crescente, e grande lacuna entre estudiosos conservadores. James De Young, por exemplo, recentemente disse que “quando se trata dos métodos eruditos de interpretação da Bíblia, o Espírito Santo pode até estar morto.”[1] Por que há tal polaridade? Há pelo menos quatro razões: (1) por causa da guinada em direção ao pós-modernismo (e assim, saindo do racionalismo e da lógica para a experiência como norma de interpretação), (2) por causa da falta de desejo em fazer-se estudos sérios, como David F. Wells assim expressou, (3) porque o pensamento evangélico de fato tem se