Hegemonia do país atlântico
DO PAÍS ATLÂNTICO
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A tradicional hegemonia da Lusitânia, o país atlântico, o país dos cavalos, o país que ciclicamente constrói impérios, tem de ter a explicação numa profunda realidade, qual pirâmide, cuja base submersa é uma antiquíssima civilização perdida no tempo.
Essa "pirâmide" tem qua.tro vertentes visíveis:
- um povo de criadores de cavalos e cavaleiros;
- um cavalo de combate;
- um clima que os tempera e equilibra;
- uma terra invulgar que os mantém.
Esse povo de criadores de cavalos e cavaleiros, com raízes que se perdem no tempo (com mais de 12 000 anos, segundo Platão), é detentor de uma ciência de selecção equina agora transformada em arte, que foi impressa no seu código
genético.'
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Esse um dos segredos da hegemonia do povo da Lusitânia.
Ainda hoje' 'um dos mais repetidos aspectos da mentalidade lusitana é o da concepção estética, que torna tangível o que apenas se vislumbra como longínqua imagem". .
A expansão portuguesa no Mundo mais não é do que um dos ecos da expansão do mesmo povo noutro tempo, povo que chegou a manter a sua hegemonia da Irlanda
ao Egipto.
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Já em épocas históricas Avieno na sua Ora Marítima regista a migração dos povos da bordadura peninsular atlântica para a Bretanha. Eram o populi cynetum, o povo cinete, kinete ou ginete.
É curioso que ginete significa hoje em português cavalo ou cavalo pequeno e ágil. Montar à gineta é a forma antiga indígena, própria para os jogos de. gineta. Em português antigo (e em castelhano actual) ginete significa cavaleiro.
A localização do povo ginete foi estudada por Francisco Velozo 4 de forma inovadora. "Poseidon é o deus do mar e equivale ao Neptuno dos Romanos. No entanto, os Gregos tinham outro deus do Mar. Chamavam-lhe Oceano, Okeanos, nome que davam também ao mar Atlântico."
Velozo descobre em Okeanos o tema indígena, lusitano ou pré-Iusitano do Ocidente da Península Ibérica que é KeaN, tema esse idêntico a kynetes,