HEGEL: O HOMEM COMO SER HISTÓRICO
Fábio Konder Comparato
17 DE SETEMBRO DE 2013
RESUMO
A partir de Descartes, prevaleceu no Ocidente o método de pensar analítico, segundo a clássica definição de Aristóteles, aquelas cuja verdade pode ser alternativamente recusada ou aceita, dependia da prévia decomposição do objeto pensado em todas as suas partes. Para Descartes, todo o mundo exterior ao sujeito pensante devia ser considerado, metodicamente como um problema.
Esse método se revelou como o mais adequado no campo das ciências físicas, porém não era apto para à compreensão dos seres vivos, sobretudo o ser humano. Pois os seres vivos não são coisas estáticas, cuja as partes podem ser separadas e analisadas para o estudo do objeto. Já que o ser vivo é um todo indecomponível e em constante evolução.
O elemento temporal faz parte da essência do ser humano, é uma transformação substancial dos entes, do nascimento até a morte, e na sucessão das gerações, ou seja, o velho não é igual ao jovem que não é igual a criança. A humanidade atual é muito distinta da que existiu em épocas anteriores. Assim retomando a visão de Heráclito: o sol é novo a cada dia, e se renova perpetuamente, sem descontinuar; ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio. A essência do ser humano é histórica.
1. A DIALÉTICA DE OPOSIÇÃO E SUPERAÇÃO DOS CONTRÁRIOS
A filosofia hegeliana evoluiu para uma visão diferente, na qual se nota a indisfarçável influência da imagem trinitária da divindade, própria da teologia cristã.
A finalidade da dialética, segundo Hegel, é a apreensão do que é concreto e universal, em oposição ao individual e abstrato. A visão concreta da realidade é o exato oposto do pensamento analítico. Hegel parte da ideia que o ser e o pensamento tendem sempre à unidade.
A dialética hegeliana é dinâmica, reduzida à sua essência, ela consiste no movimento de algo que, existindo inicialmente por si mesmo, contrapõe-se em seguida à sua expressão