hedonismo qualitativo de mill
Paulo Junior Batista Lauxen
Bolsista do PET-Filosofia
UNICENTRO (Guarapuava-PR)
Este trabalho tem por objetivo explicitar o hedonismo qualitativo de John Stuart Mill, tal como exposto em sua obra Utilitarismo. Nesse sentido é básico apresentar a ideia central da doutrina moral proposta pelo autor, resumida clara e sucintamente na seguinte passagem de sua obra:
O credo que aceita a utilidade, ou o Princípio da Maior Felicidade, como fundamento da moralidade, defende que as ações estão certas na medida em que tendem a promover a felicidade, erradas na medida em que tendem a produzir o reverso da felicidade. Por felicidade, entende-se o prazer e a ausência de dor; por infelicidade, a dor e a privação do prazer. (MILL, II,2)1
Percebe-se na passagem que o utilitarismo de Mill professa que o critério moral para definir se uma ação é boa ou ruim é, respectivamente, a promoção da felicidade e isenção da infelicidade e a produção de infelicidade e isenção de felicidade, sendo a felicidade e infelicidade entendidas, respectivamente, em termos de prazer e de dor. Avalia-se, portanto, o estatuto moral dos atos mediante as consequências produzidas por eles. Este não é, no entanto, o aspecto a ser tratado aqui, mas sim, como já se disse, o hedonismo qualitativo do autor.
Nesse sentido é necessário salientar que tal princípio e, de forma geral, a teoria moral de Mill como um todo, tem por pressuposto uma teoria de valor hedonista. Ou seja, para este filósofo o que torna a vida boa, ou valiosa, para os indivíduos é exclusivamente a presença de prazer e a ausência de dor. Por sua vez, cabe destacar, o que torna o prazer bom e valioso é justamente sua aprazibilidade, ou seja, sua propriedade de se ser prazeroso. Poder-se-ia dizer, nesse sentido, que o prazer é bom por que ele é aprazível (prazeroso). Em outras palavras, para uma teoria hedonista de valor, como a de Mill, o prazer e a dor são estados mentais que possuem um valor