Hanseníase
Diana N.J. Lockwood1 & Sujai Suneetha2
Boletim da Organização Mundial da Saúde // março 2005, 83 (Vol. 3; página 230)
RESUMO
É possível eliminar a Hanseníase? Este artigo considera a questão em relação ao contexto do programa de eliminação da Hanseníase da Organização Mundial de Saúde (OMS). Em 1991, a Assembléia Mundial de Saúde estabeleceu a meta de eliminar a Hanseníase como problema de saúde pública até 2000. A eliminação se definiu como o alcance de uma prevalência de < 1 caso por 10.000 habitantes. O programa de eliminação teve êxito na distribuição de um esquema antibiótico altamente eficaz ao redor do mundo.
Porém, apesar desse avanço, o coeficiente de detecção de casos novos continua estável nos países com maior taxa de endemicidade para Hanseníase, como Brasil e Índia. Isso sugere que a transmissão não foi controlada adequadamente somente com antibióticos.
Talvez seja mais apropriado classificar a Hanseníase como uma doença crônica estável do que uma doença transmissível aguda sensível a estratégias de eliminação. Em muitos países, atividades para controlar e tratar a Hanseníase estão sendo integradas no sistema geral de atenção à saúde. Isso reduz o estigma associado à doença. Mesmo assim, a Hanseníase causa complicações imunológicas, incapacidades e deformidades duradouras. As atividades de tratamento e prevenção de incapacidades devem ser realizadas dentro de um contexto de atenção integrada à saúde.
A detecção de casos novos e o monitoramento de incapacidades causadas pela Hanseníase vão ser desafios no futuro. Uma solução é a implementação de um sistema de vigilância em países prioritários com maior taxa de endemicidade para que uma estimativa real da carga de Hanseníase seja determinada.
Também é essencial que pesquisas diversas sobre essa doença desafiadora continuem até a resolução real dos problemas.
Palavras-chave: Hanseníase / diagnóstico /