Hanseniase
HANSENÍASE
Hanseníase na história
O bacilo Mycobacterium leprae tem andado pelo mundo há muito tempo.
Desde o século 6 a.C., já havia referências à temida doença por ele causada: a hanseníase. Acredita-se que a doença tenha surgido no
Oriente e se espalhado pelo mundo por tribos nômades ou por navegadores, como os fenícios.
Também conhecida como lepra ou mal de Lázaro, antigamente a enfermidade era associada ao pecado, à impureza, à desonra. Por falta de um conhecimento específico, a hanseníase era muitas vezes confundida com outras doenças, principalmente as de pele e venéreas.
Narrativas religiosas associavam as marcas na carne aos desvios da alma: o diagnóstico era feito pelos sacerdotes pois partiam do pressuposto que transmissão era a partir de contato corporal, de natureza sexual, e por isso pecaminoso.
Somente em 1873, a bactéria causadora da moléstia foi identificada pelo norueguês Armauer Hansen, e as crenças de que a doença era hereditária, fruto do pecado ou castigo divino foram afastadas. Ainda assim, portadores da doença sofriam com o preconceito, e a exclusão social dos acometidos foi reforçada pela teoria de que o confinamento dos doentes era a melhor solução.
No Brasil, até meados do século XX, os doentes eram obrigados a se isolar em leprosários e tinham seus pertences queimados, uma política que visava muito mais ao afastamento dos portadores do que a um tratamento efetivo. Apenas em 1962 a internação compulsória dos doentes deixou de ser regra.
Agente Etiológico
A hanseníase é causada pelo Mycobacterium leprae, ou bacilo de
Hansen, que é um parasita intracelular obrigatório que se instala no organismo da pessoa infectada, podendo se multiplicar.
O tempo de multiplicação do bacilo é lento, podendo durar, em média, de
11 a 16 dias.
Embora haja grande infectividade possui pequena patogenicidade, isto é: infecta muitas pessoas mas poucas