Haletos de Alquila

A Saúde como Ausência de Doença
O hospital, anteriormente concebido como lugar de exclusão dos doentes e miseráveis do meio social e de exercício de caridade, transforma-se, gradativamente, em local de cura. À medida que as doenças passam a ser acompanhado estatisticamente, o hospital também se transforma em espaço de produção de conhecimento e de ensino para os médicos-aprendizes.
As dissecções de cadáveres passam a procurar a doença no corpo (e não fora dele) a partir de seus sinais. A doença, então, transforma-se em patologia.
Os fenômenos são explicados pela nova racionalidade a partir do estudo, baseado na observação e na experiência, das mudanças morfológicas, orgânicas e estruturais.
Nem sempre a ausência de sinais e sintomas indica a condição saudável. Entretanto, muitos se consideram normais, ainda que portadores de uma determinada doença.
A ameaça da doença é, portanto, um dos elementos constitutivos da saúde. (Coelho & Almeida Filho, 2003).
Saúde e Bem-Estar
A saúde foi enunciada como “um completo estado de bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”. A expressão ‘completo estado’, além de indicar uma concepção pouco dinâmica do processo. Revela uma idealização do conceito que, tornado inatingível, não pode ser usado como meta pelos serviços de saúde.
A saúde não poderá ser pensada como carência de erros e sim como a capacidade de enfrentá-los para Canguilhem.
Saúde e Norma ou a Dimensão Normativa da Saúde
De um lado, o sucesso de programas de imunização e a obrigatoriedade na notificação para auxiliar o controle de doenças, por exemplo, têm corroborado a importância de intervenções estatais. De outro, o estabelecimento de normas e padrões de condutas saudáveis a serem observadas para evitar as doenças tende a colocar exclusivamente sobre os indivíduos a responsabilidade pelo seu adoecimento.
Saúde como Direito: o conceito ampliado de saúde
“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido