Gótico
O movimento de fervor religioso das proximidades do ano mil desenvolve o culto pelas relíquias e o gosto pelas peregrinações; os contactos internacionais (na Idade Média viajava-se mais do que aquilo que se pensa) favorecem o jogo das influências artísticas e conferem unidade à arte românica caracterizada pela forma basilical de tradição romana, pelo primado da pedra na decoração, a planta em cruz ou rotunda, a abóboda em berço, arcos de descarga e contrafortes e uma iluminação fraca.
Uma decoração profusa e com aspectos arcaicos: com cores vivas e superabundância de pormenores inspirados em motivos antigos, orientais, merovingios e bizantinos; um acentuado gosto por figuras bizarras com representação frequente do apocalipse, do inferno e dos pecados, em que Deus é mostrado sob forma majestosa e severa, um espaço eminentemente visual, rico e em que tudo é simbólico e que cria uma atmosfera de intimidade recolhida, mágica e asfixiante. Gótico
De origem francesa, mais precisamente na Île-de-France cujo centro é Paris e directamente dependente do rei, o gótico é uma arte eminentemente urbana que nasce por volta de 1140 para as catedrais das novas sedes episcopais criadas pelo aumento da população, da burguesia, do desenvolvimento do comércio e do aumento do fluxo financeiro, é uma arte que acompanha o ressurgimento do poder régio, de novo celebrado e o poder do homem que o progresso técnico torna mais capaz, é uma construção programática promovida obsessivamente pelo abade Suger de S. Denis, o “pai da pátria”, o