Górgias de Platão
Platão GÓRGIAS
Sócrates versus Górgias
1- O diálogo incia-se com a chegada de Querefonte e Sócrates a casa de Cálicles, cujo hóspede, Górgias, acaba de dar uma exibição de sua oratória. Os dois convidados desejam aprofundar-se na referida arte, e Polo, ao perceber o cansaço de seu mestre Górgias, decide responder as perguntas. Polo por sua vez, em vez de esclarecer as dúvidas das visitas, ensaia sobre a beleza da retórica. Sócrates critica Polo e afasta-o do diálogo, dessa vez referindo-se diretamente a Górgias, que declara-se sem modéstia como um grande orador, tanto na prática como no ensinamento.
2- Sócrates inicia um diálogo direto com Górgias, questionando-o primeiramente de que consiste a oratória, Górgias responde de forma breve e concisa que esta se define como " a arte da palavra" (450-c), assim como a medicina, a ginástica e outras artes. Sócrates indaga o segundo sobre todas as afirmativas que essa definição gera, afinal de acordo com ele, muitas outras áreas tem definições semelhantes, este afirma que a grande diferença da oratória é " o poder de assegurar a liberdade pessoal"(452-d). Por fim, Sócrates deduz então uma afirmativa que Górgias concorda, " a oratória é uma produtora de persuasão" (453-a), e depois concorda que todo o ensino produz tal persuasão, porém delimita que a oratória "produz persuasão sobre o que é justo e o que é injusto" (454-b).
3- Sócrates indaga ainda no dentro do tema da retórica, sobre o saber e o crer. Górgias afirma a priori que se trata de coisas distintas, e que na definição do justo ou injusto, nos tribunais e demais conglomerados, a crença prevalece. Górgias conclui a partir de afirmativa de Sócrates que " o orador, por conseguinte, não ensina aos tribunais e demais ajuntamentos o que é justo e o que é injusto; limita-se a persuadi-los " (455-a).
4-