Gênero e sexualidade
Introdução
A adolescência não pode apenas ser vista como um fato biológico universal e transcultural, mas, sim, um fenômeno construído por influências econômicas e culturais que também afetam o exercício da sexualidade (Gregori e Arilha, 1999).
Esse período da vida é caracterizado por mudanças físicas, psicossociais e biológicas. É a fase de questionamentos, de rebeldia, da descoberta do próprio corpo, da sexualidade e da timidez. Também é a época de dúvidas, angústias, ambivalências e sofrimentos.
É nesse momento que o jovem começa a se definir em sua vida, em sua profissão e em sua sexualidade. Momento em que o indivíduo se dá conta de que é, e sempre será um ser sexualizado (Bandeira, 1999).
Na adolescência, junto com a consolidação da identidade de sexo, consolida-se também a identidade de gênero. Isso permite ao ser humano a possibilidade de elaborar sua relação com o fenômeno da diferença, que tem sua expressão mais nítida na sexualidade, mas em muito a extrapola (Pinto, 1999).
O conceito de gênero critica a condição de homem e mulher fixada na diferença sexual. Procura promover a distinção entre sexo e gênero, entre o que é e o que socialmente se constrói e destaca que a realidade expressa é sempre a realidade construída. Por serem socialmente construídos, gênero e sexualidade são fenômenos locais e, assim, variáveis.
Na adolescência, quando as mudanças estão consolidando-se, é que o jovem precisa, mais do que nunca, de apoio, compreensão e informações claras. Necessita, ainda, da garantia de suporte afetivo e de espaços permanentes para questionamentos, reflexões e diálogos, favorecendo o desenvolvimento de seu potencial pleno, como um ser inserido na sociedade.
Compreender o fenômeno da sexualidade nos adolescentes, a partir das relações de gênero, permite situá-lo no contexto social, o que implica ir além das questões biológicas e epidemiológicas.
Aceitando, em princípio, que a sexualidade é