GÊNERO E RELIGIÃO, PODER E IDENTIDADE: A LIDERANÇA DA MULHER NA IGREJA EVANGELICA
MULHER NA IGREJA EVANGELICA
Miguel Ângelo Câmara Braga
Resumo
Trata-se de uma analise histórica das práticas relacionadas ao ministério feminino e a sua liderança dentro das igrejas evangélicas, apontando a construção de uma imagem mais positiva e afirmativa das mulheres, bem como os limites dessa redefinição da identidade do gênero feminino no universo do protestantismo.
Palavras- chave: Gênero, Religião,Poder, Identidade.
Introdução
Trabalhar a relação das mulheres com as religiões e destas com as mulheres é está sobre um campo minado, onde o discurso masculino continua fundamentado desde o sobre a base patriarcalista. Na verdade, as religiões são um campo de investimento masculino. Historicamente, os homens dominam a produção do que é
'sagrado' nas diversas sociedades. Discursos e práticas religiosas têm a marca dessa dominação. Normas, regras, doutrinas são definidas por homens em praticamente todas as religiões conhecidas. Embora hoje a sua presença seja marcante na liderança as mulheres continuam ausentes dos espaços definidores das crenças e das políticas pastorais e organizacionais das instituições religiosas. O investimento da população feminina nas religiões dá-se no campo da prática religiosa, nos rituais, na transmissão, como guardiãs da memória do grupo religioso.
Portanto, a discussão do gênero e a religião se estendem por todas as instituições religiosas no ocidente.
História da presença feminina nas instituições religiosas do Ocidente
Entre as religiões e as mulheres, as relações têm sido sempre, ambivalentes e paradoxais. Isso porque as religiões são, ao mesmo tempo, poder sobre as mulheres e poder das mulheres.
Poder sobre as mulheres: as grandes religiões monoteístas fizeram da diferença dos sexos e da desigualdade de valor entre eles um de seus fundamentos.
A hierarquia do masculino e do feminino lhes parece da ordem de uma natureza criada por Deus. Isso é