Gundry
*Márlon Hüther Antunes
Não é de hoje que em nome da fé mal compreendida e de interesses ideológicos, se levantem fanáticos e por meio da violência tentam impor-se. A história está recheada de fatos lamentáveis deste tipo. O que temos visto nos últimos dias é uma revolta sem tamanho, diante de um filme e de sátiras contra Maomé. É verdade, não havia necessidade de provocação, colocando combustível nesta fogueira nenhum pouco santa, mas é triste ver uma reação tão violenta e raivosa em nome de uma fé, e pior, motivada por líderes religiosos.
Imposição, medo e violência só servem para oprimir quem já está amarrado, mas jamais para servir de testemunho aos de fora. Revidar pela força não é o caminho. De fato, sempre onde a ignorância reina, sempre tem algum líder querendo se impor seja pela força das armas, seja pela força das palavras. E isso não é só no islamismo, mas também no cristianismo, budismo, sincretismo, espiritismo; na política e em qualquer relação social.
Milhões já tiveram suas vidas martirizadas ao longo da história, em nome de ofensivas que se diziam religiosas, mas que nos bastidores se empenhavam pelo poder, por um outro “deus”. Basta conhecer um pouco da história. Poderia citar as perseguições aos primeiros cristãos no início da era cristã, movida pelos imperadores romanos em busca de mais áreas de domínio que ora apoiavam, ora perseguiam, conforme conveniência. Há de se lembrar do movimento iconoclasta, a guerra dos camponeses, no século XVI, quando a intolerância, a ignorância e fanatismo cegos – apimentados por alguns líderes entusiastas - literalmente botaram fogo nas igrejas e cidades. Não dá para ignorar o idealismo que mobilizou a segunda guerra mundial, comandada por Hitler em sua perseguição (falsamente em nome da fé) aos judeus. Onde o puro e simples fundamentalismo impera, sempre haverá escravidão e guerra. O sábio Salomão há séculos concluiu: “Tudo o que aprendi se resume nisso; Deus nos