Guilherme de ockham
Para Ockham a fé não pode fazer conhecer de maneira clara e inequívoca as suas verdades. A fé não pode apresentar argumentos que possam ser demonstrados. A verdade manifesta por Deus não pertence ao mundo racional. A filosofia não pode se submeter à teologia porque a teologia não é uma ciência, mas uma série de afirmações e sentenças que não se relacionam lógica e racionalmente. O que une as afirmações da teologia é a fé e não a razão. A razão também não pode proporcionar assistência e apoio para a fé, pois para as coisas divinas a razão é ineficaz. Somente a fé consegue esclarecer assuntos da revelação divina. O entendimento da revelação divina vai além da capacidade humana e portanto não é racionalmente compreensível. A razão humana trabalha em um território diverso do território da fé. O mundo para Ockham é a soma das diversas partes que acabam fazendo o todo, mas essas partes não tem entre si uma ligação ou uma ordenação necessária. Essas diversas partes individuais são o objeto da ciência. O universo é composto por um conjunto de elementos divididos, isolados e eventuais. A prioridade que o autor dá ao indivíduo faz com que também tenha prioridade a experiência e é nela que ele coloca a base do conhecimento, que pode ser intuitivo ou abstrativo. O conhecimento intuitivo é que vai demonstrar se algo existe concretamente. A compreensão intuitiva da realidade do mundo é o que origina todos os outros entendimentos que o conhecimento nos possibilita, é nele que inicia todo conhecimento experimental. No conhecimento intuitivo não existem intermediários entre o objeto conhecido e o indivíduo que vai conhecer esse objeto. O conhecimento abstrativo é a totalização, a soma dos diversos conhecimentos intuitivos individuais e não necessita para sua formulação da existência concreta do objeto do conhecimento. "Não devemos multiplicar os entes se não for necessário" é a frase de Ockham que resume o que mais tarde ficou conhecida como sendo A