Guilherme de Ockham
Guilherme de Ockham nasceu no vilarejo de Ockham, na Inglaterra, entre 1280 e 1300. Completou seus estudos na Universidade de Oxford, onde lecionou por algum tempo, posteriormente mudando-se para Paris. Em 1324 foi chamado pela primeira vez diante do Papa para prestar contas por suas ideias pouco ortodoxas. Quatro anos depois foi excomungado devido ao seu apoio ao grupo conhecido como "Os Espirituais", a ala extremista da Ordem Franciscana que se opunha à opulência da Igreja, e fugiu para a corte do Imperador Luís em Munique (um rival do Papa), onde viveu até sua morte, possivelmente em 1349.
Ockham poderia ser classificado como empirista e cético. Empirista por defender a necessidade da experimentação como fonte do conhecimento, em oposição à crença corrente de que o verdadeiro conhecimento só poderia ser obtido pelo uso da razão pura; e cético, na medida em que dizia ser impossível provar a existência de Deus através de qualquer ferramenta racional (embora não fosse por isso um descrente). Ao pregar a separação entre a religião e a razão, Ockham traçou uma linha divisória entre os assuntos da fé e da razão e permitiu libertar a filosofia, berço comum de todas as ciências, da teologia.
Hoje em dia o nome de Ockham se encontra imortalizado no famoso argumento dialético de sua autoria conhecido por "Navalha de Ockham", o princípio de que diante de duas teorias que explicam igualmente os fatos observados, a mais simples é a correta.