Gramática Especulativa
Gramática Universal e Gramática Especulativa: entremeadas?
Antes de abordarmos a gramática especulativa, é muito importante que tenhamos em mente o valor da gramática universal. Esta que, durante toda a segunda fase ou momento histórico da Idade Média, esteve altamente relacionada aquela no âmbito lingüístico. Atribuindo aos conceitos especulativos o caráter universalista da gramática.
Para que consigamos esclarecer esse relacionamento que há entre essas duas gramáticas, convém explanar aqui a origem de tais teorias lingüísticas, mesmo ainda que rapidamente: durante todo o período anterior ao século XII, a base teórica da gramática era a mera exposição lingüística de caráter didático que, com exceção aos estudos religiosos, não passaram de exegeses e traduções das obras de Dionísio da Trácia e Apolônio Díscolo por Prisciano e Donato que visavam os estudos gramaticais clássicos da língua latina. Mas, a partir da segunda metade do período medieval (IV – XV), os fundamentos teóricos da gramática passam a ser matéria de discussão filosófica.
Essa alteração de modo de tratar a gramática ocorre principalmente por causa da união da filosofia escolástica a gramática descritiva de Prisciano e Donato. O advento filosófico nessa época foi propiciado pelas grandes Cruzadas da Igreja Romana que possibilitou o acesso dos estudiosos gramaticais latinos aos pensares gregos. Logo, a escolástica (que é uma culto exagerado às obras clássicas e uma reverência as sutilezas e formalidades da língua) surgiu graças a integração da filosofia aristotélica (grego) sobre “o ser” e a teologia católica romana. E, como anunciei no tópico frasal deste parágrafo, a gramática especulativa é produto da filosofia escolástica e a gramática descritiva latina que, como veremos nas próximas laudas, modificou a abordagem da gramaticidade lingüística.
Rogério Bacon, importante gramático especulativo da época, em relação a universalidade gramatical, diz que a gramática é em