Curso de Análise Estrutural - Sussekind - Cap 1
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RESUMO – SEMIÓTICA APLICADAI. Bases teóricas para a aplicação
1. O lugar da semiótica na obra de Peirce
A chave para a obra de Peirce, de sua semiótica pensada com uma lógica em um sentido muito amplo, está na sua dedicação a diversas áreas do estudo científico, desde a matemática, passando pela astronomia, até a filosofia.
O alicerce da arquitetura filosófica de Peirce, em que a semiótica faz parte, está na fenomenologia, uma quase-ciência que investiga o modo como apreendemos qualquer coisa que aparece à nossa mente. Essa quase-ciência oferece fundações para as três ciências normativas: estética, ética e lógica.
A estética visa determinar o que deve ser o ideal último, o bem supremo para o qual a nossa sensibilidade nos dirige. A lógica nos fornece meios para agir razoavelmente, especialmente através do autocontrole crítico que o pensamento lógico nos ajuda a desenvolver. A lógica, também chamada de semiótica, trata das leis do pensamento, sua evolução e das condições gerais dos signos. Deve estudar, inclusive, como pode se dar a transmissão de significado de uma mente para outra e de um estado mental para outro. Devido a essa diversidade de tarefas, a semiótica tem três ramos: a gramática especulativa, a lógica crítica e a metodêutica ou retórica especulativa.
A gramática especulativa é o estudo de todos os tipos de signos e formas de pensamento que eles possibilitam. A lógica crítica toma como base as diversas espécies de signos e estuda os tipos de inferências, raciocínios ou argumentos que se estruturam através deles: a abdução, a indução e a dedução. Por fim, a metodêutica tem por função analisar os métodos a que cada um dos tipos de raciocínio dá origem, os princípios do método científico, o modo como a pesquisa científica deve ser conduzida e como deve ser comunicada. Por isso, a metodêutica e a retórica especulativa compõem juntas o terceiro ramo da semiótica.
A lógica crítica está baseada na gramática especulativa e a metodêutica