gramática de alimentação e das refeições romanas
Por Florence Dupont
Uma alimentação que ¨da o que pensar¨ para os próprios romanos Assim como muitas outras civilizações mediterrâneas e, em particular, a Grécia antiga, Roma é uma cultura sacrificial: um animal doméstico não pode ser transformado em carne consumível, sem que tenha sido sacrificado em um ritual. Portanto, comer carne em Roma tem estreita relação com o ato religioso da romanidade: sacrificar aos deuses. Certamente , o consumo de carne, por si só, não pode caracterizar o cidadão romano, ou seja, o homem civilizado. A nação bárbara se alimenta de carne e produtos da criação de animais, como os Germanos que se alimentão apenas de carne, leite e queijos. Necessária mas não suficiente para alimentar os homens civilizados, a carne está no centro de toda refeição festiva romana, por mais simples que ela seja. Mais do que isso, uma cena em que o chefe da casa não oterece senão produtos da terra é considerada um insulto pelos convidados. Cultura sacrificial como a Grécia, Roma, no entanto, não tem uma cultura do banquete. O banquete romano srve aos convidados, ao mesmo tempo a carne e o vinho: este não é uma droga sagrada, mas, simplesmente uma bebida, ainda um tanto especial. Roma distingue-se da Grécia clássica, em primeiro lugar pelo fato de não ter construído uma sociabilidade a partir de um ¨beber junto¨. O banquete romano parece-se muito mais com o banquete da Grécia arcaica, o banquete homérico é o lugar onde se celebra a memória coletiva, em que o aedo, possuído pela Musa, canta a epopeia, e em Roma nada disso acontece pois o banquete, não é um lugar de cultura da palavra.
O simbolismo alimentar dos romanos
Filósofos, historiadores, satiristas, poetas cômicos, oradores, enciclopedistas, todos são obcecados pela alimentação, repetindo, incansavelmente, a famosa máxima: ¨Dize-me o que comes e dir-te-ei