Resumo: Ilustrando da maneira mais literal possível sua multiculturalidade, o Suriname apesar de pequenas proporções – territorial e populacional – representa uma parte esquecida, porém não irrelevante do continente sul-americano. A escassa literatura sobre o pequeno país situado no hemisfério norte da América do Sul, pode transmitir equivocada ideia quanto a sua acuidade. Apesar das peculiaridades e disparidades continentais, a ex-colônia holandesa compartilha semelhanças com os outros Estados da América do Sul. Tais como: o subdesenvolvimento acentuado e a colonização de exploração por uma potência europeia. O presente projeto tem por objetivo descrever a trajetória política deste Estado, com ênfase no período de 1975 – 1995. Para isso será necessário compreender a lógica da diversidade étnica, herança da exploração de açúcar no século XIX. Assim como o sentimento nacional tardio ocasionado pela veemente manutenção de culturas estrangeiras em território surinamês. E o consequente conturbado processo de independência que se deu, finalmente, em 1975. A partir daí, o país experimenta uma notável instabilidade política com sucessivos golpes ao Estado democrático onde estamento militar e governo civil se confundem. Este artigo também propõe discutir a conjuntura política surinamesa no contexto da Guerra Fria. A possível aproximação com países de orientação socialista e a consequente ameaça à neutralidade e segurança do continente na década de 1980. Da mesma forma, a revocada do governo Shankar em 1990, rigorosamente criticada pela comunidade internacional e classificada como um atentado contra a democracia no Estado surinamês. Em ambos os casos a diplomacia brasileira mostrou-se essencial para que os conflitos pudessem ser sanados de forma pacífica sem que se fizesse necessário uma intervenção bélica internacional.
Palavras chave: Suriname, Democracia, América do Sul.
I - BREVE HISTÓRICO DO DESCONHECIDO VIZINHO SUL-AMERICANO
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