Graduando
O Novo Cálice
As décadas de 60 e 70 ficaram brutalmente marcadas pela represália incentivada por militares perante a sociedade brasileira. A Ditadura Militar coibiu um dos bens humanos mais preciosos: a liberdade de expressão. De reportagens a letras de música, tudo era considerado indevido para os ouvidos e mentes do povo. A censura deste período gerou revolta, exílio e anos de verdadeiro atraso democrático. Embora a censura tenha sido abolida pela Constituição de 1988, ela continua gerando grande polêmica no cenário mundial e nacional. Com o mesmo nome, mas enfoques diferentes, a atual censura dos meios de comunicação traz a proposta de ¬¬¬adequar as atrações também aos públicos jovem e infantil. Preocupação com o futuro ou volta à repressão de outrora? Muitos associam a censura na televisão brasileira ao passado. Por esse motivo tendem a ser contra a adoção deste sistema. Porém, é importante ressaltar que existe uma grande diferença na situação histórica dos dois períodos. Antigamente, filtrava-se a opinião, a informação e o transcorrer real dos fatos. Hoje, existe a necessidade de filtrar aquilo que chega até a casa do telespectador, onde qualquer pessoa, munido de um aparelho, pode ver e absorver o conteúdo da forma que desejar. Nunca se sabe quem está sentado do outro lado. Separar o joio do trigo, o exagero apelativo do conteúdo formador. Como resultado da crescente globalização e da diversidade de assuntos, os sistemas de comunicação possuem um grande número de mensagens sendo assimiladas por quem não deveria, inocentemente, recebê-las. As crianças merecem respeito. Elas não precisam assistir a cenas grotescas. Se é impossível impedir que elas as presenciem algum dia nas ruas, é possível que elas não tenham que vê-las também dentro do próprio lar. Além disso, com a moral ainda em formação, as crianças, principalmente, possuem o ímpeto de achar que tudo aquilo que é transmitido é real. Que deve ser seguido.