Graduando

Arcade Fire: culturalmente marginalizados?1

Manon Godoy da SILVA2
Jorge Alberto Paloschi FILHO3
Universidade Federal do Pampa, São Borja, RS

Resumo

O presente artigo tem a finalidade de estudar a presença da religiosidade em algumas letras da banda canadense Arcade Fire. Para isso utilizaremos o conceito de Luiz Beltrão sobre o que é folkcomunicação e sobre os grupos e subgrupos marginais da sociedade. Através disso definiremos se o grupo encaixa-se no grupo messiânico dos culturalmente marginalizados. Alguns outros conceitos aqui utilizados são embasados nos conhecimentos a nós passados pelo professor Dr. Fabio Rodrigues Corniani, cujos estudos também são embasados nas teses de Luiz Beltrão.

Palavras-chave: Folkcomunicação; religiosidade; música; Arcade Fire.

Breve parecer sobre o processo folkcomunicacional
A folkcomunicação surgiu em 1967 através dos estudos de doutorado de Luiz Beltrão. Esse processo traz um novo parâmetro que vai além do ciclo comunicacional padrão (emissor – mensagem – canal – receptor) que trata o receptor da mensagem como um líder de opinião e o canal por ele utilizado seriam os meios de comunicação em massa. Porém, no processo folkcomunicacional, o ciclo não para por ai, e a partir desse momento outro fluxo da mensagem inicia-se. Dessa forma, os líderes passam a ser comunicadores transmitindo uma mensagem através de um canal, esse por sua vez é folk, que transmite uma mensagem a uma audiência folk.
A audiência folk é formada por três grupos marginais da sociedade, porém para a nossa análise será utilizado apenas um desses grupos, o grupo dos culturalmente marginalizados, que seriam indivíduos que tem uma posição contestatória em relação à cultura e organização social em vigência. Dentro desse grupo de culturalmente marginalizados, dividem-se outros três subgrupos: os messiânicos, os político-ativistas e os eróticos-pornográficos.
O subgrupo dos messiânicos é composto de seguidores de um líder carismático que dita