Graduando

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CURSO DE DIREITO
FILOSOFIA GERAL A imortalidade é uma virtude que o homem sempre desejou ter. Transcender esta realidade, o corpo mortal, superar a morte. A imortalidade no mundo antigo, especialmente para os gregos, era permanecer vivo na memória das gerações vindouras, isto é, ter seus feitos lembrados por muitos e muitos anos; mesmo depois de sua morte, não seriam esquecidos. Esta ideia de imortalidade trazia ao grego uma preocupação com o futuro político e com a manutenção do espaço público. A eternidade é exatamente o abandono da vida ativa, para o filósofo; uma experiência subjetiva e indescritível.
O espaço público era, segundo os gregos, o local de discussões de cidadãos, isto é, homens livres do trabalho e do labor, dedicados à ação. Na Grécia, a Ágora era uma fiel representação de espaço público. Porém, a cultura grega e, consequentemente, o espaço público, sofreram intensas transformações com a chegada de novos adventos, principalmente de um “Cristianismo institucionalizado”, pouco parecido com o “Cristianismo primitivo”, e devastador, no que se refere ao espaço público e à política. A junção nociva e perigosa entre religião e poder político fez a igreja crescer assustadoramente. Esses cristãos, que antes foram perseguidos, tornam-se perseguidores e intolerantes. A imortalidade agora não estaria mais na vida ativa. Para o Cristianismo, os feitos políticos são inúteis para alcançar a vida eterna, que não está nessa vida, mas após a vida e não está nesse mundo, mas em outro mundo. É a eternidade. Aquilo que está além do físico. A eternidade está na vida contemplativa, na quietude. A vida contemplativa agora é a vida superior; contemplação essa que não visa necessariamente o raciocínio e o pensamento crítico, mas apenas abstenção da vida ativa, o afastamento das obras e dos homens, da imortalidade terrena.
A ação é o viver entre os homens, estar entre os homens. O homem é um ser social, e é a ação que o faz