Graduando

Matheus Felipe Silva
Atividade substitutiva da primeira prova
Fichamento referente ao último bloco da disciplina
Peirano, Mariza, Rituais ontem e hoje

Acerca dos rituais, Maria Peirano busca uma perspectiva que trace uma historicidade sobre os mesmos para que seja evidenciada a importância que esses têm nas sociedades contemporâneas. Para isso, a autor mostra que a vida social é permeada por rituais ao contrário do argumentos que esses seriam elementos exclusivos de sociedades históricas, havendo, no senso comum, uma dicotomia preconceituosa sobre duas maneiras de pensar e viver. Para ela, a antropologia pode fornecer suporte para uma compreensão menos sociocêntrica desse evento.
É necessária uma conceituação de ritual hoje. Segundo a autora, uma definição operativa de ritual passaria por 5 pontos: a compreensão do que é um ritual não pode ser antecipada, deve ser etnográfica, sendo evidenciados eventos tidos como especiais e não cotidianos que podem ser rituais; não se busca a natureza dos eventos, nem seus conteúdos explícitos, mas suas formas específicas; uma ausência aparente de racionalidade ou uma falta de relação instrumental entre meios e fins; sendo que a sociedade possui um repertório, o ritual tem um conteúdo comum ao grupo, está no seu dia a dia; sendo um elemento comunicativo desses conteúdos coletivos, à qual se atribui sua eficácia, o ritual é uma ação social. Nessa perspectiva, Stanley Tambiah fornece uma definição operativa na qual o ritual é um sistema cultural de comunicação simbólica, dotado de sequências ordenadas e padronizadas de palavras e atos em diferentes graus de formalidade, estereotipia condensação e redundância. Na performance ritual, para Tambiah: dizer é também fazer um ato convencional; a performance tem vários meios de comunicação; valores são inferidos e criados pelos indivíduos que executam performances.
Foi com Boas e Malinowski que começaram estudos etnográficos na busca por racionalidade nos rituais das tribos