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ARTIGOS DE JORNAIS
Correio Braziliense – Brasília - Distrito Federal – 18/01/1986
Papa condena as novas teologias
Vaticano – o papa João Paulo II condenou ontem os “graves desvios” contidos em “certas teologias da libertação”, pois são “inaceitáveis” para quem quer viver em harmonia com a Igreja Católica. O chefe da Igreja Católica , que pronunciou um discurso no Vaticano a um grupo de bispos brasileiros que o visitaram, não fez nenhuma alusão aos franciscano brasileiro Leonardo Boff, um dos criadores da Teologia da Libertação, condenado a um ano de silêncio pelo Vaticano. Em sua alocução, João Paulo II se referiu ao drama desumano de bairros miseráveis do Brasil, e pediu apoio aos católicos.

Tribuna da Imprensa – Rio de Janeiro – RJ – 20/01/1986
O encontro Cristo e Marx
“Cristãos e marxistas começam a perder o medo da convivência e, em Cuba, por exemplo, há mais condições para a prática do Cristianismo do que nos países que se dizem cristãos.” O conceito é de um dos mais ativos militantes da polêmica Teologia da Libertação, Frei Betto, um de seus criadores e articuladores, ao lado do franciscano Frei Leonardo Boff.
Frei Betto, que participou, como representante da América Latina, do Congresso Mundial de Intelectuais para a Defesa do Futuro Pacífico do Mundo, - encerrado ontem em Varsóvia, na Polônia, - disse ainda: “Por mais paradoxal que pareça, em Cuba eu me sinto mais coerente com o Evangelho, porque ali se criou uma sociedade de cooperação, de colaboração, de espírito internacionalista, preservando, portanto todos os valores essenciais do Cristianismo num Estado socialista.”
Betto diz que o Deus que o socialismo nega, ele também nega: “O Deus do colonialismo ibérico, o Deus da escravidão, o Deus da opressão, o Deus do capital. Eses deuses são pura idolatria. Eu creio no Deus de Jesus.”
E explica: “o Deus de Jesus é um Deus que se encarna na História; um Deus que se fez homem no ventre de Maria e se fez classe social na carpintaria de José. Creio em