Graduando
AVALIAÇÃO DE CONCLUSÃO DE SEMESTRE
Autor: Joaquim Nabuco
Obra: O Abolicionismo
O Abolicionismo foi uma obra de propaganda política, e não foi escrita como um estudo sociológico ou histórico do Brasil imperial. De certa forma, a obra de Nabuco foi tudo isso, pois, para argumentar sua propaganda política a fim de angariar adeptos ao movimento abolicionista, realizou uma minuciosa análise do Brasil de sua época, do cotidiano das senzalas, dos efeitos que a escravidão deixou no país em todas as suas esferas, e nas conseqüências que tal regime traria à nação mesmo após a abolição. De tal forma que a riqueza do estudo de Nabuco nesta obra pode ser considerada como um germe das ciências sociais no Brasil, onde o autor chegou a conclusões que só foram publicadas por autores da área em 1933, com Casa Grande e Senzala, e em 1936, com Raízes do Brasil.
Primeiramente, o autor expõe ao leitor a sua causa, a quem os abolicionistas representam, o que eles defendem, e desde o princípio, Nabuco deixa clara a importância do africano na constituição do país, tanto na mestiçagem que povoou o país quanto na sua utilização como instrumento de trabalho. Porém, mesmo afirmando toda essa importância do africano escravo, a campanha abolicionista não se dirige a eles, mas aos seus representantes, os abolicionistas. Nabuco tinha em mente que só os intelectuais teriam propriedade suficiente para promover o abolicionismo. O escravo não era considerado cidadão, não era letrado, não era organizado politicamente, além da própria estrutura isolada e fechada das fazendas dificultar uma organização dos escravos, e do regime ter embrutecido e domesticado o escravo. De certa forma, Nabuco tinha razões plausíveis para não dirigir sua campanha aos próprios escravos: eles não eram, apesar de tudo, uma força política
É no capítulo nono que Nabuco vai se dedicar a analisar detalhadamente o Tráfico de africanos. Tornando-se ilegal a partir de 1831, os