Graduado
Umeru Bahia de Azevedo2
Maria Gabriela Hita3
Universidade Federal da Bahia
Resumo
Nosso artigo discute o papel das redes e laços sociais na formação da identidade de jovens negros envolvidos com ações e grupos culturais em um bairro popular da cidade de Salvador, uma metrópole regional afro-descendente. Buscamos compreender as ações e conexões destes jovens com diferentes pessoas e grupos a partir de uma análise etnográfica das ações. Os estudos da Escola de Manchester sobre Redes Sociais, particularmente, Mitchel (1969) e também Hannerz (1980) e pesquisas no campo da
Antropologia Urbana, em especial Magnani (2002), foram inspiradores para se compreender as ações dos jovens do Bairro da Paz. A etnografia colaborou para que fosse possível desvendar as tramas de suas ações e as contribuições que seus movimentos pela cidade davam às próprias identidades dos jovens.
Palavras-chave: Redes Sociais, Mobilidade, grupos culturais de jovens negros
1
Trabalho apresentado no GT Jóvenes, cultura, poder y La ciudad no evento da X RAM em 2013. Título inspirado no artigo de Valia Kaimaki, escrito em janeiro de 2009 para o Le Monde.
2
Graduado em Ciências Sociais, UFBA – umerubahia@hotmail.com
3
Orientadora do trabalho, professora em Ciências Sociais, UFBA – mghita@uol.com.br
Corpo do Trabalho
O bairro que estamos dando o foco se chama Bairro da Paz, bairro de aproximadamente
60 mil habitantes e o quinto colocado na cidade em quantidade de habitações chamadas de favelas e comunidades. Mas antes ele não se chamava assim. Este bairro surgiu nos primeiros anos da década de 1980, momento em que a Guerra das Malvinas ocupava as atenções da mídia mundial. E em Salvador, este repercussão ajudou a dar o nome ao local onde estava ocorrendo uma série de ocupações irregulares, chamadas na época de
“invasões” e muitos