Glauber, O Filme – Labirinto do Brasil

O labirinto chamado Gláuber Rocha

Uma câmera na mão e uma ideia na Cabeça, “Glauber, O Filme – Labirinto do Brasil” é documentário brasileiro dirigido por Silvio Tendler que foi lançado em 2003 causando certo furor ganhando algumas premiações e homenagens (selecionado para exibição hors concours no Festival de Cannes em 2004) talvez pela falta de material sobre este grande cineastra polêmico do Cinema do Novo de filmes difíceis como Terra em Transe e Deus e o Diabo na terra do Sol.
Quem vai para assistir a um documentário da vida e obra desde mítico cineastra Baiano, participante do movimento não “pop corn” do Cinema Novo, está indo na contramão, pois esse filme retrata o pensamento dual e contraditório e a sua forma volátil e explosiva na forma de relatos e contos por aqueles que eram próximos do autor (cerca de 30 pessoas, passando de grandes personalidades como cineastas, atores, escritores, jornalistas e músicos), misturado a cenas do funeral e trecho de sua obra, além de entrevistas televisiva (garimpadas principalmente no Centro de documentação da TV Globo) que muita vezes deixa uma marca de respeito, admiração e incompreensão igual a seus filmes.
O enredo do filme não segue um fio lógico o que causa estranheza em uns, mas também remonta um pouco da visão do Glauber sobre o cinema narrativo ao ponto de erguer uma fórmula que não se pega à não cronologia dos fatos e sim emaranhados de cenas que se embaralham e criam uma nova perspectiva áudio-visual.
O filme aborda muito as cenas desnecessárias do velório (Glauber morreu de problemas broncopulmonares, aos 42 anos), talvez como forma de protesto sobre a família de Glauber pois por quase 20 anos impediu a divulgação das filmagens dirigidas pelo próprio Sílvio Tendler que ficou assim impedido que fazer este documentário por estes longos anos e este tempo fez com que o áudio simplesmente perde-se quando os rolos foram transportados da Embrafilme (empresa estatal brasileira produtora e distribuidora de