Gin Stica
Por Victor Andrade de Melo
Entre as mais importantes instituições que contribuíram para a difusão da ginástica no Rio de Janeiro do século XIX podemos situar os clubes ginásticos. No Rio de Janeiro do século XIX, organizaram-se pelo menos cinco deles: A Sociedade Alemã de Ginástica, o Clube Ginástico Português, o Congresso Ginástico Português, o Congresso Brasileiro e a Sociedade Ginástica Francesa, assunto de nosso post de hoje.
A Sociedade Francesa de Ginástica foi fundada em 1863 e autorizada a funcionar em fevereiro de 1871. Na ocasião, o Brasil já possui claras relações com a cultura francesa. As referências simbólicas desse país gozavam de alto grau de respeitabilidade, consideradas sinais de evolução civilizacional. Além disso, havia um grande número de franceses na Corte estabelecidos.
Gazeta de Notícias, 12 de abril de 1884
Mesmo que na França a ginástica não ocupasse um lugar tão central, a prática era importante na estruturação da entidade que no Brasil se estabeleceu. Afirmava-se no artigo 1º dos estatutos: “Ella não pode em tempo algum e sob nenhum pretexto renunciar ao seu princípio – a gymnastica, nem reunir-se a outras sociedades, e em tais condições é indissolúvel”.
As aulas eram previstas estatuariamente, mas abria-se possibilidade de os sócios praticarem a ginástica, usando os aparelhos da sociedade, em alguns períodos da semana (“das seis às onze horas da noite em dias uteis, e todo o dia em dias feriados”), independentemente da presença de um professor (ou ensaiador, como denominavam os alemães).
Nos estatutos, previa-se a contratação de professores de ginástica, música e esgrima para que atuassem não somente nas aulas como também dirigindo demonstrações nas festividades da Sociedade. Entre os mestres que lecionaram na agremiação, alguns merecem destaque. Um deles é João José Ferreira da Costa, futuramente um dos fundadores do Clube Ginástico