Gestão de Pessoas
QUAL É O SEU REAL VALOR PARA AS ORGANIZAÇÕES?
(Texto publicado na Coluna RH do Jornal Estado de Minas em 16-11-2003).
(*) Elias Alves da Costa
Não há dúvida de que na sociedade pós-industrial o conhecimento se consolida como fator determinante da geração de valor e riqueza para as empresas e nações. As exportações dos países desenvolvidos já são predominantemente de bens intangíveis, de base tecnológica avançada, cujo valor econômico é fruto da inteligência humana e não de matérias primas naturais. O conhecimento é um recurso aplicado em todas as áreas. Um exemplo é a produção de grãos no Brasil, que cresceu mais de 90% em menos de 20 anos, enquanto que a área cultivada foi ampliada em pouco mais de 10%. O aumento da produtividade é conseqüência da adoção de novas tecnologias e, portanto, da aplicação de conhecimento e pesquisa científica. Por trás de tudo está o ser humano, capaz de gerar conhecimento, desenvolver e aplicar tecnologia na produção de bens e serviços.
Contratar, desenvolver, valorizar e manter pessoas qualificadas tem sido discurso recorrente nas organizações de forma geral. Entretanto, pesquisas apontam para a perda de qualidade de vida, aumento do estresse, desgaste nas relações de trabalho, com prejuízos para o moral das equipes e repercussão negativa na geração de valor para os diversos públicos da empresa. Nota-se que, apesar da persistente retórica sobre a importância dos RH, dos “avanços” nas políticas e práticas de gestão de pessoas, ainda há muito por se fazer. Vencer o paradoxo de um discurso modernizante e uma praxis relutante na gestão dos RH é um desafio do qual não é mais possível fugir.
Reportagem de capa da revista Exame, edição de 3 de setembro de 2003, ilustra o quanto executivos “bem-sucedidos” mostram-se insatisfeitos com sua realidade profissional. Queixam-se do nível de cobrança e controle, de metas poucos realistas, de sobrecarga de trabalho e responsabilidades, e do ambiente de incertezas e